segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O verbo de Loki

" A figura antes pequenas daquele homem agora parecia gigantesca e magnânima ante a existência dos seres a sua volta. No topo da torre de seu castelo de gelo, os Jottumheim contemplavam estupefatos, seu pronunciamento: - Olhem para mim - Ele disse - Eu sou Loki, nascido do fogo e do khaos. Abandonado a merce da morte enquanto criança. Desacreditado, e sem apoio, com minhas próprias mãos, eu conquistei o universo de meu ser, e renasci, como a própria energia primal que move o universo. Eu vejo o Deus em mim, e o universo a minha volta prostasse ante a minha imortalidade. Eu vim, eu vi e eu venci, e não há nada que possa contestar minha onisciência. Eu vejo passado presente e futuro, eu crio vida, eu crio pois sou parte da própria existência. Eu prevaleci. - Os olhos do Deus do Khaos ardiam como a própria chama viva da imortalidade. Ele vencera, dos confins de Nilfheim, a morte, o sofrimento, passara pelos maiors desafios e provoções, até que o universo o julgasse digno, de sua divindade. A tempestade de gelo que pairava no ambiente não era nada aos pés do verbo de Loki. Ele vira a verdade e agora fazia parte dela, de forma incontestavel. - Que todos aqui vejam, a magnitude que este universo os aguarda, o quão longe se pode ir, ao ver em si mesmo a verdade irrefutavel da criação. - Os Jottuns se curvaram ante essas palavras, e não se escutava mais nada além do zumbido do vento, que ainda sim parecia ter diminuido o tom, em respeito a presença de um Deus. "

terça-feira, 30 de julho de 2013

O orbe do chaos

" O anão Berethur cavava incansavelmente a rocha fria com sua picareta. Estava escuro, mas não para um anão. Ouve um estalido, ele chegara a uma parte oca. talvez um bolsão de gás, ou uma fonte. Ele rompeu a rocha, e da fissura ele podia ver uma espécie de galeria que descia até onde mesmo seus olhos não podiam enxergar. Ele amarrou sua corda em uma estalagmite, e depois que o buraco estivesse grande o suficiente para que ele passasse, caminhou cautelosamente em direção ao desconhecido. Havia algo estranho no ar, e não era gás. O ar estava denso. Era como se uma angústia pousasse sobre seu peito, não sabia ao certo o que era. Ele tropeçou em um descuido, e teria rolado escadaria a baixo se não fosse pela corda. Quando se recobrou do tombo percebeu um brilho que emanava do que parecia ser o fim daquelas passadas intermináveis de escada. Ele desceu um pouco mais afoito mas não menos descuidado. E la estava. Um orbe negro que brilhava crepitante. O anão ficara fascinado por tamanha perfeição aquela peça possuía. Esférica e concêntrica, não possuía falhas, e ao examinar mais perto, ele reconheceu as runas antigas encravadas na base do pedestal em que se encontrava o orbe. O olho do Chaos, o que tudo vê. O anão pegou o orbe com suas mãos calejadas, e de súbito, foi tomado por um turbilhão de imagens. Ele via o passado o presente e o futuro, estavam ali, acontecendo todos ao mesmo tempo, ele não entendia bem o que acontecia, via-se cavando até encontrar o buraco, via-se empunhando o orbe, e via a figura que se aproximaria e o mataria. Ele compreendia tudo que acontecia em sua volta, ainda sim não se moveu, não podia soltar o orbe, ele viu a morte e o nascimento dos deuses, e início e o fim de tudo. Então o turbilhão cessou. As mãos do anão deixaram o orbe escorregar enquanto ele caia prostrado. O orbe caiu com um baque surdo, e o anão jazia morto a seu lado. A imensa sombra se afastava enquanto recolhia o corpo do anão, e colocava o orbe no seu lugar de origem. Os olhos do anão, apesar de mortos, tinham o mesmo brilho crepitante do orbe, aqueles olhos, que indubitavelmente tinham visto de relance, as verdades do universo. De repente tudo ficou claro, ouve um estampido. Um raio. Eu acordei ofegante. A chuva fustigava a janela de meu quarto, e minha testa zunia de dor. Olhei no relógio. O entediante 12:00 piscavam em vermelho. Que foi aquilo, um sonho tão intenso. Um raio caiu ali perto, e eu tremi, quando parei para olhar a janela novamente pensei ter visto um homem carregando um martelo. Assustado, liguei o interruptor, e fui ao banheiro, lavei meu rosto. Pra ter certeza que ainda não dormia. Fitei meu rosto no espelho, e então, eu congelei. Meus olhos tinham o mesmo brilho, do orbe com o qual eu tinha sonhado...

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Constatações

" A chama da verdade ainda arde forte neste peito que há de clamar por sua imortalidade. É triste apenas ver, a fraqueza que a carne e a vontade fraca, desgastade pelo ego, me fazem, sucumbindo a falha. Lembro-me quando marchava orgulhoso por Jottunhein, reclamando meu lugar entre os gigantes e o temor ante ao gran khaos. Hoje esta carcaça mortal ridicularizada e mediocre, são parte de meu ordálio, por tudo de mal que fiz, pela arrogância e presunção que tive. Se eu recebo, é por que mereço, agora basta aguentar, pois o fraco do hoje em dia, será o forte da eternidade. Meu irmão Thor recuperou o poder de seu martelo, e logo eu, terei a lança de meu pai, e a visão absoluta sobre o univero."
" E as coisas perdem o sentido, e o chaos permeia sua mente. Eu escutei os anjos falarem, e vi um homem morto andando. Pesar e dor. Fogo e trovão. Meu irmão Thor será eternamente imortal, e o seguirei até os dias do Ragnarok... Foi bom que nesses tempos de misérias conseguimos finalmente acordar. Um salve ao grande Khan, um dos senhores do universo... Ainda lutaremos lado a lado, por muitos invernos...

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Imortalidade

`` E então eu tive que morrer para entender de uma vez por todas o significado da imortalidade. E foi o trovão que iluminou com clareza meu caminho. Estava muito frio. O vento cortante de niflheim fustigava meu rosto. Aquela terra inóspita trazia o desespero ao coração de qualquer um. Eu não sabia bem o que procurar nesta terra de mortos. Os espíritos dos inglórios vagavam sem rumo ante a imensidão gelada. Seria eu um inglório vagando por estas terras também? Ante o vento gelado que parecia me sufocar. Uma figura soturna se aproximava a distância. Eu estava com poucas forças para lutar, aquele lugar parecia comsumir minha alma pouco a pouco. Me prostrei de joelhos, ja sem forças, tentando respirar. A figura se aproximava rapida como a própria tempestade de neve. - Pois vejam quem se encontra aqui, tolo e fraco em meus domínios. - Eu vi seu rosto, metade dele uma bela mulher,a outra uma criatura cadavérica. - Então, pai, não se lembra de sua filha Hel? Tudo ficou escuro novamente, e eu desmaiei...

domingo, 5 de maio de 2013

Recorrência

"Você sabe quem você realmente é? Eu faço esta pergunta pois imagine: De que adianta ser um Deus se não te conheces a fundo, e não tens consciência de tua real situação. Eu me lembro de tempos de outrora, quando a chama da imortalidade ardia forte dentro de meu peito, e o chaos reinava sereno no profundo de meu ser. Quando era o deus do Fogo e do khaos, minha centelha era resoluta, e minha divindade, suprema. Mas por ironia do destino, eu cai. E depois de muitas e muitas vidas, eu, com o pouco de merecimento que me restou, me lembrei. A mim for permitido ver tudo o que eu fiz, e tudo que eu ja fui. Era um ser renascido, e em meio ao fato de uma próxima morte, as hierarquias do plano superior me consederam o dom da vida pois a mim era conferido a chance de completar minha tarefa. O turbilhão de luzes era intenso, Raios e trovões. Eu vi algo se aproximar. Eu estava numa brecha na senda do fio da navalha. E um grande raio se depos ante meu caminho. Mas não era só um fenômeno natural. Havia um homem la. Ele me extendeu a mão, e então lembrei de tudo. Ele me chamou pelo nome. - Venha Loki, meu irmão, esta na hora de acordar... Então, eu acordei, estava tudo borrado, tinha algo no meu rosto, estava num hospital e meu corpo físico estava extremamente debilidado. Eu tive que morrer parar ver a verdade, a verdadeira vida... O corpo cedeu, a mente escureceu. Eu precisava de descanso...."

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Laufey

``No coração da fortaleza gélida de Jottunheim, onde o caos da guerra contra Asgard ainda não havia penetrado, Laufey observava contemplativo em seu trono de gelo o futuro que lhe aguardava. Apesar de imponente e austéro, como todo Rei deveria ser, havia pesar em seu olhar. Essa seria a última batalha de sua casa, onde seria decidido de uma vez o fim dos conflitos entre os insolentes e pretensos ``deuses`` contra a nobre casa de Jottunhein. - Morte e glória - ele pensou, não havia espaço para o fracasso. Um choro de criança rompeu o silêncio sepulcral da fria sala do trono. Ele se ergueu, e caminhou até o pequeno berço, onde estava seu filho. Ele observou o pequeno Lothur com o rosto triste. A pequena cria, fora considerada um símbolo de fraqueza, e não havia espaço para fraqueza no mundo dos gigantes. Mas no fundo do coração gelado de Laufey, havia um pouco de amor pelo seu sangue. - Meu filho, quando as coisas terminarem, haverá mudanças, e se eu voltar vitorioso, você será o filho do Rei que derrotou Odin, e não será considerado fraco nem uma pária. Agora se seu pai não retornar, o frio e a morte o acolherão e você não viverá para ver a desonra da casa dos Jottuns. - O gigante aproximou-se e beijou o rosto do filho. A criança sorriu. Um som de trombeta ecoou distante, o que alarmou Laufey. Ele sabia a quem pertencia. Com tristeza e determinação, deu adeus a seu filho, partindo a largos passos, cruzando as portas da sala do trono. Ele conclamou os Jottuns, a batalha final estava a sua porta, e este era o derradeiro momento de glória para os Jottuns. De dentro da fortaleza se ouvia o brado - Morte e glória, morte e glória. - que ecoou pelos corredores por alguns minutos até que se silenciassem novamente. Rompido apenas, pelo choro de Lothur...``