terça-feira, 30 de julho de 2013

O orbe do chaos

" O anão Berethur cavava incansavelmente a rocha fria com sua picareta. Estava escuro, mas não para um anão. Ouve um estalido, ele chegara a uma parte oca. talvez um bolsão de gás, ou uma fonte. Ele rompeu a rocha, e da fissura ele podia ver uma espécie de galeria que descia até onde mesmo seus olhos não podiam enxergar. Ele amarrou sua corda em uma estalagmite, e depois que o buraco estivesse grande o suficiente para que ele passasse, caminhou cautelosamente em direção ao desconhecido. Havia algo estranho no ar, e não era gás. O ar estava denso. Era como se uma angústia pousasse sobre seu peito, não sabia ao certo o que era. Ele tropeçou em um descuido, e teria rolado escadaria a baixo se não fosse pela corda. Quando se recobrou do tombo percebeu um brilho que emanava do que parecia ser o fim daquelas passadas intermináveis de escada. Ele desceu um pouco mais afoito mas não menos descuidado. E la estava. Um orbe negro que brilhava crepitante. O anão ficara fascinado por tamanha perfeição aquela peça possuía. Esférica e concêntrica, não possuía falhas, e ao examinar mais perto, ele reconheceu as runas antigas encravadas na base do pedestal em que se encontrava o orbe. O olho do Chaos, o que tudo vê. O anão pegou o orbe com suas mãos calejadas, e de súbito, foi tomado por um turbilhão de imagens. Ele via o passado o presente e o futuro, estavam ali, acontecendo todos ao mesmo tempo, ele não entendia bem o que acontecia, via-se cavando até encontrar o buraco, via-se empunhando o orbe, e via a figura que se aproximaria e o mataria. Ele compreendia tudo que acontecia em sua volta, ainda sim não se moveu, não podia soltar o orbe, ele viu a morte e o nascimento dos deuses, e início e o fim de tudo. Então o turbilhão cessou. As mãos do anão deixaram o orbe escorregar enquanto ele caia prostrado. O orbe caiu com um baque surdo, e o anão jazia morto a seu lado. A imensa sombra se afastava enquanto recolhia o corpo do anão, e colocava o orbe no seu lugar de origem. Os olhos do anão, apesar de mortos, tinham o mesmo brilho crepitante do orbe, aqueles olhos, que indubitavelmente tinham visto de relance, as verdades do universo. De repente tudo ficou claro, ouve um estampido. Um raio. Eu acordei ofegante. A chuva fustigava a janela de meu quarto, e minha testa zunia de dor. Olhei no relógio. O entediante 12:00 piscavam em vermelho. Que foi aquilo, um sonho tão intenso. Um raio caiu ali perto, e eu tremi, quando parei para olhar a janela novamente pensei ter visto um homem carregando um martelo. Assustado, liguei o interruptor, e fui ao banheiro, lavei meu rosto. Pra ter certeza que ainda não dormia. Fitei meu rosto no espelho, e então, eu congelei. Meus olhos tinham o mesmo brilho, do orbe com o qual eu tinha sonhado...

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