terça-feira, 30 de abril de 2013

TROVÃO

`` A chuva fustigava aquela peguena figura, que com sofreguidão, lutava para chegar ao topo da grande montanha. A tempestade rugia impiedosa. A pedra fria e escorregadia era perigosa, e o homem de mãos nuas subia com um impulso além de sua compreensão. A verdade estava próxima, e ele via, ao longe, com a ajuda dos clarões o seu objetivo. O vento cortante, como uma faca gélida em suas costas, a tormenta de pequenas agulhas, o chaos que se sucedia. Mesmo assim ele prosseguiu. Um estalo, e ele quaze escorregara. Os cabelos no rosto, estava encharcado, mal conseguia enchergar ante tanta água que desabava. Um momento de nulidade, pois quem era ele, enfrentando a tempestade, e a montanha, só, ante os grandes titãs da terra. Um passo de cada vez, uma pedra a cada passada, ele atingiu o cume. Ele se ergueu, olhou o céu que estava ungido com a ferocidade ébria da barbárie que regia aquele universo. Ele clamou pelo trovão, ele rugiu mais alto que a tempestade, ele clamou seu nome, e seu título. E a tempestade respondeu , com raios e trovões. Ele não recuou, ele invocou o nome de seu pai , e novamente seu próprio nome. A tempestade cessára. O homem caiu de joelhos, os cabelos loiros por sobre o rosto, a cabeça baixa. Ele compreendera a verdade de seu ser, tudo aquilo, não era nada mais senão ele próprio em sua revolta contra sua verdadeira condição, sua impureza que lutava contra sua graça de divindade. Ele ergueu a cabeça, e la estava ele, o fruto de seu poder, a grande causa pela qual ele lutou por 88 ciclos após sua ultima luta na antiga civilização a muito esquecida, sua marca. La estava ele, a sua frente , Mjolnir, seu martelo. Thor se ergueu, e estendeu a mão. O martelo concentiu. Sua centelha fora restaurada, e ele , tornara-se novamente, o Deus do Trovão. Mas havia alguém que ele sabia que deveria buscar antes que fosse tarde de mais, Loki, seu irmão...``

segunda-feira, 29 de abril de 2013

PRÓLOGO ``Aquela noite quente de outono tinha cheiro de ervas. O outono era minha segunda estação do ano favorita, preferia o inverno. Porém era no outono que esta prova me seria cobrada, o outono é onde se prepara-se para perseverar o rigoroso frio que o inverno trás, e como sempre, era tudo parte de um plano maior, e ironicamente, depois de cento e sete ciclos de existência, depois de transitar as frequências e reencarnar em midgard, ou como os mortais costumam chamar, Terra, eu me vi pequeno e insignificante, porém lucido de quem eu era. A rua estava mal iluminada, mas era ali que eu ia encontrá-lo,meu libertador, aquele me me faria confirmar a verdade, e era ali que tudo se sucederia. Ja estava pensando se ele realmente ia aparecer, se tudo não fora um sonho, e as 3 ultimas semanas foram apenas devaneios de loucura, caos, fogo e trovão. Subitamente, eu vi de relance um vulto, e em seguinda um estâmpido, um clarão, e cheiro de pólvora. Eu fora baleado. A dor e o gosto de sangue na boca eram nauseantes, eu cai, de joelhos, e depois, de bruços. O vulto se afastou correndo, e eu , embreagado a tanto repentismo me dei conta, em minha lucidez, no ressoar da sinfonia lúgubre que estava por vir, a verdade, que apenas a morte desfere o golpe fatal que nos torna vivos, e que, para a grande métrica que era a ironia deste grande multiverso, seria morrendo que eu me tornaria imortal, e buscaria meu lugar, entre os grandes de outrora. O céu estava se turvando, os as estrelas ficavam distantes, e a noite me consumiria em trevas, a mente já não pensava, trevas, escuridão. De repente uma luz, um túnel, um turbilhão, e houve silêncio...``