segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O verbo de Loki

" A figura antes pequenas daquele homem agora parecia gigantesca e magnânima ante a existência dos seres a sua volta. No topo da torre de seu castelo de gelo, os Jottumheim contemplavam estupefatos, seu pronunciamento: - Olhem para mim - Ele disse - Eu sou Loki, nascido do fogo e do khaos. Abandonado a merce da morte enquanto criança. Desacreditado, e sem apoio, com minhas próprias mãos, eu conquistei o universo de meu ser, e renasci, como a própria energia primal que move o universo. Eu vejo o Deus em mim, e o universo a minha volta prostasse ante a minha imortalidade. Eu vim, eu vi e eu venci, e não há nada que possa contestar minha onisciência. Eu vejo passado presente e futuro, eu crio vida, eu crio pois sou parte da própria existência. Eu prevaleci. - Os olhos do Deus do Khaos ardiam como a própria chama viva da imortalidade. Ele vencera, dos confins de Nilfheim, a morte, o sofrimento, passara pelos maiors desafios e provoções, até que o universo o julgasse digno, de sua divindade. A tempestade de gelo que pairava no ambiente não era nada aos pés do verbo de Loki. Ele vira a verdade e agora fazia parte dela, de forma incontestavel. - Que todos aqui vejam, a magnitude que este universo os aguarda, o quão longe se pode ir, ao ver em si mesmo a verdade irrefutavel da criação. - Os Jottuns se curvaram ante essas palavras, e não se escutava mais nada além do zumbido do vento, que ainda sim parecia ter diminuido o tom, em respeito a presença de um Deus. "